Na adolescência, o filho estabelece um contato de parceria com os pais quando alguém querido por eles morre. Ele já tem plena consciência de que aquela morte está causando dor. Pode desabafar, dialogar sobre o que está sentindo, dizer que a perda é muito difícil. O adolescente, acima de tudo, aproveita este momento para entender e aprender com os adultos como se lida com emoções muito fortes.

Se ele quiser saber detalhes da morte e você tiver condições emocionais para essa conversa, explique da forma mais prática e técnica possível. Mas, caso os questionamentos venham em um momento de extrema fragilidade, abra o jogo e peça para vocês falarem sobre isso depois.

Com essa idade, os filhos já têm mais maturidade para assimilar o divórcio e conversar com os pais sobre o que aconteceu. Por exemplos de famílias de amigos ou mesmo pelo que vêm na televisão e na internet, eles entendem questões como traição ou fim do amor.

Mas nem por isso os adultos devem forçar uma conversa “de igual para igual”: o jovem merece ter seus limites emocionais respeitados, já que provavelmente sofre com o afastamento de um dos pais do convívio diário (mesmo que não demonstre isso). Quando houver abertura para o diálogo, vale destacar que o divórcio foi necessário para que os dois pudessem seguir suas vidas melhor e que o foco no amor pelo filho continua o mesmo.

Nada de sentar diante de seu filho e lançar a frase “Agora vamos falar sobre sexo”. Os adolescentes tendem a achar que vão aprender tudo sobre sexo com os amigos ou na internet, então é melhor fazer uma abordagem mais amistosa. É a hora de falar mais tecnicamente: detalhar como é o ato sexual, tirar eventuais dúvidas. Se preferir, conte com a ajuda de um livro para ilustrar a conversa.

Caso pegue seu filho acessando um site pornográfico, nada de escândalo. Sente ao lado dele e proponha que vocês vejam juntos o que ele considera interessante. Já as meninas menstruam nessa fase, então é preciso explicar para elas o que isso significa. Entram em pauta o ciclo menstrual, o período fértil, os métodos anticoncepcionais, a importância de fazer sexo quando estiverem preparadas para isso, sempre com naturalidade.

A partir da pré-adolescência, as questões com que os pais têm de lidar são de foro muito mais íntimo: o(a) filho(a) se revelar homossexual (ou ter dúvidas quanto à própria sexualidade) ou homofóbico(a).

No primeiro caso, é necessária a articulação da família para acolher o jovem, ajudá-lo a se entender e se aceitar. Diante da violência sofrida por homossexuais no Brasil, ele pode se sentir inseguro e demonstrar medo de se assumir publicamente. Cabe aos pais transmitirem segurança e, se todos considerarem confortável, procurar a ajuda de um psicólogo para lidar com esse sentimento.

No segundo caso, a família precisa orientar esse adolescente no sentido da tolerância e do respeito, com o reforço de que a homofobia deve ser combatida. É importante salientar para o jovem que, da mesma maneira que ele quer ser respeitado, deve aceitar o fato de que homens podem se relacionar com homens e mulheres com mulheres.

Por causa de amigos ou de interesse próprio (livros ou páginas na internet), o adolescente passa a saber mais detalhes de religiões. Não deve ser motivo de espanto ou de gozação caso ele queira frequentar missas ou cultos de diversas religiões e de vez em quando até decida “mudar” para uma ou outra.

Cabe aos pais sentar com o jovem, analisar o material que ele está estudando (para checar se é confiável) e conversar sobre essas diferenças sem reprimir, ressaltando sempre que toda crença merece respeito. Esse acompanhamento é especialmente importante no período em que cada religião for novidade, para evitar fanatismo causado pelas informações fresquinhas.

Da pré-adolescência em diante, as conversas sobre gravidez e nascimento dos bebês podem ser em termos mais técnicos, com a explicação e a ilustração do corpo feminino e masculino, do sistema reprodutor humano – se for o caso, use um livro para ajudar.

O fato de os corpos deles estarem passando por mudanças devido à entrada na puberdade auxilia nas explicações. Ao detalhar o ciclo menstrual, é possível falar sobre período fértil; ao falar sobre a ejaculação masculina, dá para elucidar a questão da fecundação.

Esse assunto também abre as portas para as conversas sobre contracepção, para evitar a gravidez indesejada na adolescência. Sabendo como os bebês são gerados, tanto a menina quanto o menino podem se prevenir.

Nessa faixa etária, você pode explicar para seu filho o conceito de finitude da vida. Cabe a associação com as plantas: elas nascem, crescem, ficam viçosas e morrem, como acontece com todos os seres vivos. Se ele quiser saber o que leva as pessoas a morrerem, não precisa fazer uma lista de causas. Cite exemplos de pessoas próximas da família, para ele entender de maneira geral.

Demonstrar tristeza e dor perto dela não é problema algum, e até é bom mostrar que os adultos têm seus momentos de fragilidade. Por fim, pergunte se ela quer ir ao velório ou ao enterro, se tem vontade de vivenciar o ritual de despedida. Se ela quiser, acompanhe-a o tempo todo e a apoie caso ela queira ir embora.

Nesta fase, a criança pode se convencer de que é culpada pelo divórcio dos pais, mesmo que ninguém jamais insinue isso perto dela. Ela sente mais o fato de os pais estarem separados por já ter um vínculo afetivo consolidado com cada um deles.

É importante, então, conversar com o filho e explicar que o divórcio não tem nada a ver com ele, que foi uma decisão que o casal tomou para continuar se respeitando.
Não é raro, mesmo com muita conversa, que a criança apresente queda no rendimento escolar logo após o divórcio. Nesse caso, vale procurar a ajuda dos orientadores pedagógicos da escola e/ou de um psicólogo.

Os estímulos externos começam a chamar a atenção da criança, e ela questiona sobre o que vê na TV. O ideal é preservá-la de conteúdos mais adultos, mas caso ela já tenha visto, nada de desligar a TV ou dar bronca.

Descomplique as cenas de sexo e sedução no contexto em que elas apareceram, mesmo que isso signifique dizer que, muitas vezes, as pessoas fazem sexo sem se amar.

Nesta fase também é comum os meninos começarem a comparar os órgãos genitais. Se seu filho chegar em casa com dúvidas sobre o tamanho do pênis, explique que o desenvolvimento ainda levará alguns anos e que não tem problema se o pênis dele não for o maior da turma, pois isso em nada interfere no desempenho e no prazer sexual futuro.

Esta é uma fase em que eles já entendem alguma coisa sobre a anatomia humana e as relações sexuais. Embora infantis, as perguntas ficam mais eróticas, com uma curiosidade principal a respeito de “como dá para um casal ter dois pipis?” ou “como dá para um casal não ter pipi nenhum?”. Não é necessário dar uma aula de posições sexuais: dizer que existem várias formas de amar (alguns gostam de usar o verbo “namorar”) e ter prazer é o melhor caminho.

Se suas crianças forem mais curiosas, responda pontualmente cada dúvida apresentada. Elas podem querer saber se ser gay/lésbica é contagioso – é uma dúvida inocente e comum – e basta responder que não, ressaltando que homossexualidade não é doença.

Por causa de amigos ou de interesse próprio (livros ou páginas na internet), o adolescente passa a saber mais detalhes de religiões. Não deve ser motivo de espanto ou de gozação caso ele queira frequentar missas ou cultos de diversas religiões e de vez em quando até decida “mudar” para uma ou outra.

Cabe aos pais sentar com o jovem, analisar o material que ele está estudando (para checar se é confiável) e conversar sobre essas diferenças sem reprimir, ressaltando sempre que toda crença merece respeito. Esse acompanhamento é especialmente importante no período em que cada religião for novidade, para evitar fanatismo causado pelas informações fresquinhas.

As crianças são mais espertas nessa fase, especialmente a partir dos dez anos de idade. É bom evitar florear a gravidez com histórias como “a cegonha vai trazer o bebê”, pois elas consideram bobo e podem até perder a confiança em conversar com os adultos sobre sexo.

Como elas já começam a entender a anatomia humana, podem ouvir a explicação de que o homem e a mulher namoraram (pode usar o verbo “transar”, se for confortável) e geraram um filho, que levará nove meses para se desenvolver e nascer. Simples assim.

Não precisa esperar alguém próximo morrer, porque a criança se dá conta da ausência de alguém que é mencionado, mas nunca está lá fisicamente – o pai do pai, o irmão da mãe, um amigo querido da família – e pergunta. Neste momento, os adultos podem contar para ela que a pessoa existiu, foi muito querida e não está mais entre nós.

É inadequado dar detalhes da causa da morte. Também evite tentar “amenizar” a situação dizendo que a pessoa “descansou”, pois as consequências podem ser desastrosas: quando o pai/a mãe estiver de fato descansando, o filho poderá achar que ele/ela morreu. As crianças são muito concretas e literais nesta fase.

Quanto menor a criança, menos ela tende a sofrer com o divórcio dos pais, pois não assimila completamente o que está acontecendo. Até os seis anos de idade, uma explicação bem concreta sobre a separação dos adultos é a melhor solução: o papai/a mamãe está morando em outra casa, mas continua amando-a como se todos ainda morassem juntos.

Também é bom deixar claro como será a nova rotina. De acordo com o combinado entre os pais, explicar que ela ficará com o pai/a mãe de X em X dias – e lembrá-la disso no dia anterior, para ela se preparar.

As dúvidas são básicas - seu filho quer saber por que o papai tem “pipi” e a mamãe tem seios, por exemplo - e as respostas devem ser concretas. O ideal é não ir além do questionado, sem entrar em detalhes técnicos sobre a prática sexual. Nesta fase, a criança não está preparada para uma aula sobre sexo.

Na primeira infância, o que a criança nota, ao ver duplas andando de mãos dadas e trocando carinhos, é que existem casais formados por um homem e uma mulher, por dois homens ou por duas mulheres.

Para a criança pequena, a prática sexual em si não importa. Esse tipo de tecnicidade, portanto, deve ser deixado de lado. Quando o assunto vier à tona, o foco da explicação deve ser a questão do afeto, do amor que leva as pessoas a quererem ficar juntas, independentemente do gênero. Quanto mais descomplicado e concreto, melhor.

Os filhos absorvem as crenças da família ao acompanhar o que quer que os pais façam – idas a missas, cultos, celebrações ou nada disso.

Caso seu filho pergunte por que a religião dele (ou sua ausência) é diferente da do amiguinho da escola, responda de forma bem simples que cada pessoa pode ter a crença que quiser e também demonstrar a sua fé como achar melhor, e por isso os dois são diferentes nesse aspecto. Reforce sempre que é preciso respeitar as escolhas dos outros – a tolerância pode e deve ser trabalhada desde muito cedo.

Nessa fase, a criança é muito concreta. Ela vê uma mulher com uma barriga grande e não associa de imediato que ali haja um bebê em formação. Quando ela vir o bebê no colo dessa mulher e notar que a barriga diminuiu, os adultos podem auxiliá-la a ligar os fatos. É uma relação bem direta de “onde está/onde estava-para onde vai/para onde foi”.

Quando ela estiver maiorzinha, é natural que pergunte como aquele bebê “foi colocado” na barriga. Os pais podem falar que um homem colocou uma sementinha ali e ela cresceu até virar um bebê. Se ela perguntar se tem a ver com o momento em que o papai coloca o pipi na mamãe, um simples “sim, tem” como resposta é suficiente.