Os significados por trás do "Canto Alegretense"
Todo gaúcho que se preza sabe cantar pelo menos trechos do célebre Canto Alegretense - mas nem todo rio-grandense sabe com exatidão a que se referem algumas das expressões incluídas na letra ou qual a origem de alguns dos seus versos já clássicos.
Principalmente para a população urbana, muitas vezes escapa o significado de passagens como "flor de tuna, camoatim de mel campeiro" ou o que são as "quebradas do Inhanduí". Com auxílio de especialistas em fauna e flora do Estado e da família Fagundes, ZH montou um apanhado do que querem dizer algumas das palavras e expressões que ajudaram a transformar o Canto Alegretense em uma espécie de hino sentimental do Rio Grande.
Além disso, Nico e outros integrantes do grupo familiar ajudaram a contextualizar algumas das frases que acompanham uma das melodias mais entoadas por gaúchos e gaúchas de todas as querências. Confira, abaixo, alguns detalhes por trás da composição de Nico Fagundes.
Canto Alegretense
Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do seu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão
Pra quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no Rio Ibirapuitã
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí
Refrão: Ouve o canto gauchesco e...
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão
Refrão: Ouve o canto gauchesco e...
Refrão: Ouve o canto gauchesco e...
Fontes: Ernesto Fagundes, Nico Fagundes, Fundação Zoobotãnica do RS, prefeitura de Alegrete e dicionários Houaiss e Aurélio
”História do Canto Alegretense
Música Canto Alegretense
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Não me perguntes onde fica o Alegrete/ Segue o rumo do teu próprio coração - Resposta dada por Nico Fagundes a um colega advogado que queria saber onde ficava o município de origem dos Fagundes.
- Depois disso, a letra saiu em quatro minutos e meio - conta Nico.
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Ginete - Bom cavaleiro, firme nas rédeas
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Rio Ibirapuitã - Rio que tem grande parte de sua extensão em Alegrete, cidade cortada por ele
- Ouve o canto gauchesco e brasileiro - A referência ao Brasil teve a função de situar o regionalismo gaúcho no contexto nacional, e não como algo isolado do resto do país
- Flor de tuna - Flor de aroma suave que brota em uma planta de cacto comum na Fronteira, a tuna
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Camoatim de mel campeiro - O camoatim é um pequeno inseto, da família das vespas, que produz um mel silvestre, ou campeiro.
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Pedra moura - Pedra escura
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Quebradas do Inhanduí - Na área do Inhanduí, rio da região que também dá nome ao subdistrito do Alegrete que é local de origem da família Fagundes
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Potro - Cavalo novo, ou ainda não inteiramente domado
- Pagos - A região onde se nasceu, terra de origem