Teoria da Banheira de Carbono

É SIMPLES: ENQUANTO DESPEJARMOS CO2 NA ATMOSFERA MAIS RÁPIDO DO QUE A NATUREZA  SE LIVRAR DELE PELO RALO, A TEMPERATURA DO PLANETA VAI CONTINUAR SUBINDO. POIS ESSE CARBONO EXTRA LEVA MUITO TEMPO PARA SER ELIMINADO.  

 

A teoria pode ajudar a controlar a temperatura do planeta.



Pense em uma banheira na qual a torneira e o ralo estão abertos. O nível de água pode representar fatores do mundo moderno. Um deles é o total de dióxido de carbono na atmosfera da Terra. Outros dois são a cintura de uma pessoa e o débito em seu cartão de crédito. Em todos esses três casos, o nível de água na banheira só diminui quando a vazão pelo alo é maior que a entrada de água pela torneira - ou seja, quando queimamos mais calorias do que ingerimos ou quando saldamos débitos antigos com maior rapidez do que contraímos dívidas.

As plantas, os oceanos e as rochas drenam o carbono da atmosfera, mas em ritmo lento. Serão precisos centenas de anos para que seja removida a maior parte de CO2 que os seres humanos jogam na banheira, e centenas de milhares para ser eliminado. A interrupção do aumento de CO2, portanto, exigirá cortes brutais nas emissões de carros, termelétricas e fábricas, até que a entrada de água na banheira seja inferior à vazão do ralo. carros, termelétricas e fábricas, até que a entrada de água na banheira seja inferior à vazão do ralo.

A maioria dos alunos de Sterman não entende isso, ao menos quando o problema é descrito com a terminologia referente às questões climáticas. Eles imaginavam que o mero congelamento das emissões em seus atuais níveis evitaria o aumento de CO2 na atmosfera – como se a água que escorre de uma torneira em ritmo constante não pudesse provocar o transbordamento da banheira. Se alunos de uma escola tão prestigiosa quanto o MIT não entendem o que está em jogo, é provável que o mesmo ocorra com a maioria dos políticos.

 

e se as emissões parassem

 

 

Até 2008, o índice de CO2 na banheira era de 385 partes por milhão (ppm) e aumentava no ritmo de 2 ou 3 ppm por ano. Segundo Sterman, para estabilizar esse crescimento em 450 ppm, número que os cientistas consideram alto, o mundo teria de reduzir as emissões em 80% até 2050. Neste mês, quando diplomatas estiveram reunidos em Copenhagen para negociar um tratado sobre o clima, Sterman estava lá com seus programas informatizados que mostram de maneira imediata como os cortes de emissões propostos afetariam o nível na banheira - e, portanto, a temperatura do planeta. Em geral, no fim de seu curso, os alunos entendem bem melhor a dinâmica da banheira - e esse é um motivo de esperança. "As pessoas podem aprender isso", diz ele.