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Postura x desempenho na escola


Atividade: 4417 - Postura x desempenho na escola
Descrição: Postura errada prejudica desempenho na escola, diz coreógrafo. Ivaldo Bertazzo recomenda exercícios em sala de aula. Confira os movimentos que auxiliam a despertar a atenção.

A concentração em sala de aula está diretamente ligada à postura do aluno. O modo como ele senta na carteira e o tempo prolongado na mesma posição geram incômodo e exigem muito esforço do organismo. “É querer demais que um jovem fique sentado três, quatro horas e mantenha o mesmo nível de rendimento e de absorção de conhecimento', afirma o coreógrafo Ivaldo Bertazzo, 59 anos.

“A energia que deve estar voltada para o aprendizado é canalizada para outros fins. O estudante vai se cansar e, inevitavelmente, se distrair. Ele precisa ser preparado para ficar nessa situação.”

O educador corporal sugere, então, que os professores proponham aos seus alunos fazer alguns movimentos físicos em sala de aula (confira no infográfico abaixo). “Ao movimentar o corpo, a circulação sangüínea e a respiração são ativadas, o que oxigena mais o cérebro, deixando a pessoa mais alerta”, explica.

Segundo ele, se for possível, a cada hora, o aluno deve ficar em pé para 'fazer algum tipo de vibração'. “O estudante pode aproveitar os intervalos entre as aulas para se alongar, se esticar mesmo.”

“Existe um medo careta das escolas de que, ao estimular que os estudantes façam um exercício físico em sala de aula, vá gerar desordem. Isso até pode acontecer no início, mas logo o tumulto passa. E, depois das primeiras vezes, essa atividade será aceita mais facilmente. Funciona como se fosse uma ginástica laboral”, afirma Bertazzo.

“Não se trata de ensinar a dançar, mas de orientar o jovem a trabalhar o seu sistema nervoso central.” Até a fala deve ser trabalhada com exercícios fonéticos para desenvolver a articulação e dicção. 'Pode parecer bobo, mas não é. Muitas vezes, no futuro, é a sua maneira de se expressar que pode garantir um emprego bom.'

Para ele, porém, é difícil que um professor da rede pública se anime a adotar essas atividades em sala de aula. “O jovem não sabe como circular a tensão. Muitas vezes, ele é é extremamente agressivo porque não sabe lidar com as suas frustrações e acaba sobrando para o educador', diz. 'Isso geralmente acontece porque os docentes não têm um respaldo da direção para serem rigorosos e, aí, os alunos abusam.'

Na carteira

“Quando se senta de um jeito desleixado na carteira, comprimindo a coluna, a pessoa não está com uma postura receptiva para aprender qualquer coisa. O ideal é sentar com a coluna reta, encostada no espaldar da cadeira, as pernas descruzadas e os pés apoiados no chão”, orienta. Bertazzo sugere que os professores chamem a atenção dos alunos que estiverem com uma postura inadequada. “Vale a pena mostrar as implicações de uma posição errada.”

Outro aspecto que pode interferir é o lugar da carteira na sala. “Imagina quem senta numa fileira encostada à parede: sempre faz o mesmo movimento com o pescoço para olhar para o professor e a lousa no centro. O corpo fica viciado nessa postura.”

Bertazzo explica que o ato de escrever é um trabalho assimétrico. “O corpo fica todo torto, diferentemente de quando se digita em um teclado de computador, em que a postura do corpo fica mais harmoniosa.”

Paulistano da Mooca, Bertazzo começou a dançar aos 16 anos. Produziu dezenas de espetáculos que se apresentaram em diversos países. Há dois anos, mantém a Escola do Movimento Ivaldo Bertazzo, no bairro da Pompéia, na Zona Oeste de São Paulo.

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Fonte: http://g1.globo.com

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