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Diabetes


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Descrição: Casos de diabetes 'da maturidade' crescem em crianças. Em alguns países, 80% dos pequenos diagnosticados com a doença têm o tipo 2. Federação Internacional de Diabetes lança campanha para prevenir o problema.

Normalmente associado à maturidade, o diabetes tipo 2, ligado à obesidade e à má alimentação, tem atingido cada vez mais crianças. O tipo 1, mais comum entre os jovens, também está crescendo. A doença é especialmente cruel entre os pequenos e é por isso que a Federação Internacional de Diabetes (FID), com o apoio da companhia farmacêutica Novo Nordisk, decidiu fazer uma campanha mundial de prevenção contra a doença.

“Esta epidemia está evoluindo sob nossos olhos, a maior que o mundo já viu. E é uma epidemia de uma doença não-contagiosa”, afirmou Martin Silink, presidente da FID, ao G1.

O diabetes tipo 1 ainda é o tipo mais comum entre crianças e adolescentes e é causado porque uma falha no sistema de defesa do organismo destrói as células do pâncreas que produzem insulina, o hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue. Segundo os dados da Federação, 70 mil crianças são diagnosticadas com a doença anualmente e os casos estão crescendo 3% ao ano, especialmente em menores de 6 anos. O porquê ainda é desconhecido.

“Sabemos que tem que ser algo no meio ambiente, porque a genética não mudou nos últimos anos. Estamos procurando na comida das crianças, nos vírus que estão por aí, mas não sabemos o que é”, diz Silink. “Mas só saber que é algo no ambiente já é uma esperança. Se é algo no ambiente, é algo que podemos controlar”, afirma.

O diabetes tipo 2 é diferente. A insulina é produzida, mas não o suficiente para controlar o açúcar na corrente sangüínea. Pelo que os cientistas sabem, a doença está ligada a um estilo de vida de alimentação ruim e pouco exercício. Até agora, essa variedade era considerada ligada à maturidade, porque só era vista em pessoas mais idosas. O quadro, no entanto, está mudando. Em alguns países, segundo a FID, 80% dos novos casos de diabetes em crianças são do tipo 2.

Taxas de açúcar sem controle no sangue podem ter conseqüências graves, que podem levar à cegueira, à amputação e até à morte. A enfermidade é especialmente perigosa nos países mais pobres, de acordo com o pediatra holandês especializado em diabetes Henk Jan-Aanstoot. “Em muitos países o diabetes é uma sentença de morte”, afirmou ele. “A doença muitas vezes é de difícil diagnóstico, seus sintomas são confundidos com outras coisas e a criança acaba indo de médico em médico. Sem controle, a morte pode ser rápida”, explica.

O diagnóstico, no entanto, é apenas o primeiro passo de uma longa jornada que as crianças vão simplesmente odiar. “Ser diabético é muito, muito mais difícil para uma criança. Elas não querem deixar de comer doce para controlar o açúcar, ou serem obrigadas a comer quando não querem. Elas não gostam de tomar injeção, e as injeções são diárias. Há os efeitos psicológicos também, porque o diabetes é uma doença que não dá descanso. Os pacientes precisam pensar nela o tempo todo”, diz Jan-Aanstoot.

O médico conta que os casos em bebês também estão aumentando. “A dificuldade de cuidar de um bebê diabético é enorme e extremamente desgastante para os pais. O diagnóstico é muito difícil”, conta ele.

Prevenir o diabetes tipo 1 é impossível. Como não se sabem suas causas, não se sabe o que fazer. Mas valem as dicas para prevenção do diabetes tipo 2, para crianças e para adultos. A principal é cuidar da alimentação, manter um peso adequado, não abusar de doces e gorduras, e fazer exercícios regulares. Remédios que afetam o pâncreas precisam ser tomados com cuidado, principalmente em quem tem histórico familiar da doença.

Para os pais que têm filhos diabéticos, é preciso paciência -- muita paciência. Jan-Aanstoot recomenda criatividade para ajudar as crianças a enfrentar as dificuldades da doença. Desde cartazes coloridos pela casa, para lembrá-la de checar sua taxa de açúcar, até grupos de apoio, que coloquem os pequenos junto de outros colegas com o mesmo problema. E não deixar de conversar bastante, para que ela entenda que é possível, sim, ter uma vida normal e feliz convivendo com o diabetes -- desde que ela não se descuide.

* A repórter viajou a convite da Novo Nordisk.

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Fonte: http://g1.globo.com

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