Ter um bom relacionamento com o chefe � uma quest�o que n�o
envolve apenas fazer bem as tarefas do trabalho. Um profissional
pode ser �timo no que faz e, por n�o saber lidar com o superior,
perde oportunidades de apresentar ideias, resolver problemas e
at� mesmo ser promovido. Em casos extremos, um desentendimento
no trabalho pode at� levar a uma demiss�o desnecess�ria que
poderia ser evitada com um simples jogo de cintura.
A maneira de agir com o chefe, por�m, exige uma
percep��o de como ele � e como prefere ser tratado. De acordo
com profissionais da �rea recursos humanos, chefes
centralizadores, por exemplo, precisam ter a confian�a
conquistada, os inseguros devem ser estimulados e, os
mal-humorados, animados.
Com o intuito de dar dicas de como se relacionar
bem com o chefe, o G1 preparou algumas
perguntas sobre como agir com cada tipo de chefe, do calado ao
agressivo, do mais novo ao mais velho (veja no quadro
abaixo). As respostas foram dadas pelo especialista em
gest�o do capital humano, Roberto Recinella, e pela diretora
comercial da Right Management, M�rcia Palmeira.
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Independente da personalidade do chefe, tamb�m h� determinados
comportamentos padr�es que ajudam a evitar deslizes, pux�es de
orelha e desentendimentos no ambiente de trabalho. Entre eles
est� discordar com embasamento e saber engolir alguns sapos de
vez em quando.
�Ao conversar com o gestor, � preciso saber que ele n�o � nem seu
pai nem um amigo. S�o dois profissionais em uma rela��o de
trabalho�, afirma Lizete Ara�jo, vice-presidente de planejamento
da Associa��o Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).
Segundo Lizete, por tr�s de cada chefe e funcion�rio, h� uma
pessoa com diferentes valores. �As atitudes geram consequ�ncias
positivas e negativas. Um pai n�o vai mandar o filho embora por
conta de uma discuss�o, j� um gestor, talvez�, disse.
Confira abaixo as respostas dos especialistas Roberto Recinella e
M�rcia Palmeira sobre como se relacionar com o chefe em
situa��es comuns no ambiente de trabalho.
Como discordar do chefe?
�Com cautela e, se poss�vel, em particular. Evite
exp�-lo a uma discuss�o p�blica, mesmo que voc� esteja com a
raz�o. Tenha sempre dados e informa��es que respaldem sua
opini�o.� (Roberto Recinella)
�Tenha sempre argumentos s�lidos e coerentes.�
(M�rcia Palmeira)
Quando falar e quando se calar?
�Use o bom senso e observe o comportamento das
pessoas ao redor. As reuni�es, geralmente, s�o controladas pelo
chefe. Se ele der o sinal para parar, fa�a-o imediatamente. Se
voc� achar que a situa��o ficou mal resolvida, agende um momento
para esclarecer a situa��o particularmente.� (Roberto Recinella)
Devo ficar calado ou me defender dos meus erros?
�Depende da abertura do chefe. Mas, sempre que
poss�vel, defenda-se com justificativas condizentes e, claro,
nunca repita o erro de novo.� (Roberto Recinella)
�Quando voc� tem certeza do erro que cometeu, o
melhor � ficar calado. N�o tente se justificar ou se defender,
pois fica muito pior.� (M�rcia Palmeira)
Como agir ap�s um desentendimento? Devo engolir sapos?
�Espere os �nimos esfriarem. Depois, seja humilde
e pe�a desculpas. Justifique a sua atitude e, se poss�vel, n�o
repita o comportamento. Na maioria das vezes, � preciso engolir
sapos. Uma compet�ncia importante � saber digerir os sapos que
engolimos.� (Roberto Recinella)
�Espere sair do clima de tens�o e, a� sim, retome
a conversa sem emo��es. No momento de tens�o, todos perdem a
raz�o. O melhor � n�o chegar ao ponto do desentendimento, que
sempre traz sequelas.� (M�rcia Palmeira)
Preciso ir a todos os happy-hours?
�N�o. Se n�o for, justifique a sua aus�ncia e
agrade�a o convite. Se poss�vel, compare�a a alguns encontros,
nem que seja para sair mais cedo, para n�o ficar rotulado como
anti-social. Happy-hours s�o uma �tima oportunidade de
networking e favorecem os la�os fora do trabalho. Cuidado,
por�m, com o comportamento.� (Roberto Recinella)
�� recomend�vel ir a alguns, o que favorece as
rela��es interpessoais e, conseq�entemente, facilita a troca de
informa��es. S� v� a todos se for prazeroso para voc�. Nada que
se faz apenas por obriga��o d� bons resultados.� (M�rcia
Palmeira)
Preciso ser amigo do chefe?
�N�o. O que voc� n�o dever ser � inimigo dele.
Voc� precisa � ser competente no que faz.� (Roberto Recinella)
�N�o necessariamente. Respeito e admira��o entre
as partes, por�m, � fundamental. Ter proximidade com o chefe
sempre facilita o tratamento com os assuntos mais complexos do
dia-a-dia.� (M�rcia Palmeira)
Preciso puxar o saco do chefe?
�N�o. Voc� deve mostrar resultados. O chefe sabe
diferenciar puxa sacos das pessoas competentes.� (Roberto
Recinella)
�Puxar saco pode trazer algum benef�cio em curto
prazo, mas n�o � sust�vel, pois os elogios s�o superficiais.�
(M�rcia Palmeira)
Devo fazer o que o chefe quer ou o que eu quero?
�Os dois. Se tudo estiver correndo bem na empresa,
raramente isso acontecer�, pois as metas est�o na mesma dire��o.
Seus esfor�os devem estar na sinergia.� (Roberto Recinella)
Devo dar minhas opini�es em assuntos que n�o me dizem respeito?
�N�o. A n�o ser que algu�m envolvido lhe pe�a e,
mesmo assim, me�a as suas palavras.� (Roberto Recinella)
�As sugest�es de todos devem sempre ser bem
vindas. Dependendo da sugest�o, o melhor � dirigi-la ao
respons�vel pela �rea, de uma forma humilde e com verdadeira
inten��o de ajudar, e n�o de criticar.� (M�rcia Palmeira)
Como sugerir novas ideias?
�Marque uma conversa e, de modo claro e
transparente, exponha as id�ias coerentemente. Esteja munido de
dados consistentes. Se o chefe n�o aceitar, pe�a para que
justifique o motivo.� (Roberto Recinella)
�Se n�o existir um f�rum espec�fico, sugiro que
seja feito em um conversa com a chefia direta.� (M�rcia
Palmeira)
Devo mudar meu jeito de ser por causa do trabalho?
�N�o. As pessoas mudam conforme suas experi�ncias de
vida. Mas isso n�o significa que voc� deva ser diferente por
causa do trabalho. Caso isso esteja acontecendo, significa que
os valores da empresa e os seus s�o diferentes. Sendo assim,
est� na hora de pensar em mudar de empresa.� (Roberto Recinella)
�Nem todas as atitudes que temos em nossa vida
privada s�o adequadas para o trabalho. Se o trabalho exigir uma
mudan�a muito radical, voc� n�o vai conseguir se adequar. Ent�o,
o melhor um emprego que seja mais compat�vel com sua forma de
ser a agir.� (M�rcia Palmeira)
O que fazer se n�o concordo com as exig�ncias do emprego?
�Tente justificar sua insatisfa��o e, caso n�o
haja um consenso, o que � o mais prov�vel, mude de emprego.�
(Roberto Recinella)
�Procure outro emprego. Esse n�o lhe serve. Trar�
infelicidade e voc� n�o ser� produtivo.� (M�rcia Palmeira)
Como pedir um aumento?
�Agende uma reuni�o com seu chefe e seja profissional.
Exclua qualquer refer�ncia de natureza pessoal como o aumento da
presta��o da casa ou do col�gio das crian�as. Se restrinja a
apresentar suas contribui��es, se elas existirem.� (Roberto
Recinella)
�Liste as novas atribui��es que voc� pode ter
recebido recentemente, o resultado que voc� apresentou e a
import�ncia da sua atua��o. Por�m, certifique-se que tudo �
verdadeiro. Ache o momento adequado, pe�a uma conversa reservada
com o chefe e use as armas escolhidas.� (M�rcia Palmeira)
Como agir quando n�o sou reconhecido?
�Respire fundo e mude de estrat�gia. Tente mostrar
mais os resultados do seu trabalho. Repense seu marketing
pessoal.� (Roberto Recinella)
�N�o podemos obrigar ningu�m a nos reconhecer.
Por�m, h� duas alternativas. Uma delas � alimentar sua pr�pria
auto-estima, acreditando que est� fazendo o seu melhor. Voc�
tamb�m pode solicitar feedbacks do trabalho. No �ltimo caso,
prepare-se para ouvir o que n�o espera.� (M�rcia Palmeira)
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