Dia 19 de abril � Dia do �ndio. Nada mais justo do que utilizar esta data para relembrar alguns aspectos relacionados com a cultura ind�gena, a rela��o com os europeus e a situa��o dos �ndios no decorrer de nossa hist�ria. Assim, conhe�a curiosidades sobre os �ndios brasileiros.
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- Os povos que habitavam as Am�ricas foram chamados pelos europeus de �ndios. O termo � uma inven��o europeia e prov�m de um �erro hist�rico�. Ao chegar �s Am�ricas, os europeus achavam que tinham chegado nas �ndias. Assim, os povos que habitavam o continente americano foram chamados de �ndios.
- Quando o Brasil foi conquistado, em 1500, os historiadores calculam que existiam aqui entre 3 milh�es e 5 milh�es de �ndios, divididos em 1.400 tribos. Havia tr�s grandes �reas de concentra��o: litoral, bacia do Paraguai e bacia Amaz�nica.
- No Brasil, muitos �ndios foram capturados e escravizados. Os colonos diziam que os �ndios n�o eram gente, mas animais. Quando os padres jesu�tas chegaram ao Brasil, come�aram a reverter esse quadro. Em 1537, a bula Veritas Ipsa, editada pelo papa Paulo III, declarou que os �ndios eram “verdadeiros seres humanos”.
- As doen�as trazidas pelos europeus causou a morte de v�rios habitantes da terra. Os ind�genas n�o resistiam ao sarampo, var�ola e gripe. Entre 1562 e 1563, cerca de 60 mil �ndios morreram por causa de duas epidemias de “peste de bexiga” (tipo de var�ola).
- Atualmente, calcula-se que 400 mil �ndios ocupam o territ�rio brasileiro, divididos em 200 etnias e 170 l�nguas. Vale ressaltar que este c�lculo considera apenas os ind�genas que vivem em aldeias. H� estimativas de que, al�m destes, h� entre 100 e 190 mil vivendo fora das terras ind�genas.
- O gr�o de guaran� lembra muito a figura de um olho humano. Isso deu margem a uma lenda espalhada pelos �ndios sater�-mau�. A �ndia Unai teria tido um filho concebido por uma serpente e morto pelas flechadas de um macaco. No local em que ele foi enterrado, teriam nascido as primeiras plantas de guaran�.
- Os �ndios Xerente realizam um ritual para batizar suas crian�as, chamado Uak�. Nele, a molecada participa de uma dan�a em c�rculo enquanto recebe seus nomes, que depois s�o anunciados de porta em porta.
- Em 2004, foram realizados os Jogos Ind�genas do Par�. 500 �ndios de 14 tribos participaram do evento, que teve competi��es de arco-e-flecha, cabo-de-guerra, arremesso de lan�a, lutas corporais, nata��o, canoagem, corrida de toras, maratona e atletismo.
- O Parque Nacional do Xingu � uma das maiores �reas ind�genas da Am�rica Latina, com 26 mil quil�metros quadrados (quase o tamanho do Estado de Alagoas). Criado em 1961 para garantir melhores condi��es de vida e a posse da terra � popula��o ind�gena local, abriga hoje 4 mil �ndios de 15 grupos diferentes.
- Os �ndios brasileiros adoram carne de macaco, considerada um prato muito especial. Quanto mais novo o macaco for abatido, mais macia � a carne. Os miolos s�o retirados e misturados a um molho ou p�o. Os c�rebros s�o ricos em gordura e prote�na.
- O tupi era uma das 1.200 l�nguas ind�genas identificadas no Brasil no ano de 1500. At� meados do s�culo 18, tratava-se do idioma mais falado no territ�rio brasileiro. Cerca de 20 mil palavras do atual vocabul�rio, como amendoim, caipira, moqueca, taturana e pipoca, derivaram dele.
- Quando Cabral chegou ao Brasil, a l�ngua era falada numa faixa de 4 mil quil�metros, do norte do Cear� ao sul de S�o Paulo. O que predominava era o dialeto tupinamb�, um dos cinco grandes grupos tupis. Os outros eram: tupiniquins, caet�s, potiguaras e tamoios.
- Os bandeirantes se comunicavam em tupi. � por isso que tantos estados, munic�pios e rios t�m nomes de origem ind�gena. Neste sentido, Paran� � “mar”; Par� � “rio”; Piau� � “rio de piaus” (um tipo de peixe); Sergipe � “no rio do siri”; Curitiba � “muito pinh�o”; Pernambuco � “mar com fendas”, entre outros.
- Hoje restam 177 l�nguas ind�genas. O antigo tupi foi uma das que desapareceram completamente. Em 1758, o marqu�s de Pombal, interessado em acabar com o poder da Companhia de Jesus no Brasil e em aumentar o dom�nio da metr�pole portuguesa sobre a col�nia, proibiu o ensino e o uso do tupi.
- Em 1955, o presidente Caf� Filho obrigou todas as faculdades de letras a incluir um curso de tupi no curr�culo.
- Em 1910, o Marechal Rondon criou o SPI (Servi�o de Prote��o ao �ndio). Os ind�genas passaram a ter direito � posse da terra e seus costumes eram respeitados. A entidade foi substitu�da pela Funai (Funda��o Nacional do �ndio). O �rg�o federal que cuida hoje das na��es ind�genas foi criado em 5 de dezembro de 1967.
- Existem aproximadamente 200 grupos ind�genas identificados. Mas os dez mais numerosos representam 43% de todo o contingente ind�gena brasileiro, que re�ne 325.652 indiv�duos. A maior parte (89.529) mora na Amaz�nia.
- A Funai calcula que, al�m das tribos j� conhecidas, h� em torno de 55 grupos totalmente isolados, todos em �reas remotas da Amaz�nia. Em junho de 1998, na divisa do Brasil com o Peru, uma equipe da Funai vislumbrou entre a copa das �rvores doze malocas de uma tribo ind�gena at� ent�o completamente desconhecida.
- A Amaz�nia � a �ltima regi�o do planeta onde ainda vivem grupos humanos desconhecidos. Vivem em est�gio bastante primitivo, ca�ando, pescando e, em alguns casos, cultivando pequenas ro�as. Essas tribos recebem da Funai a vaga denomina��o de “�ndios isolados”.
- Pelo C�digo Civil, o �ndio n�o tem direito � propriedade da terra das reservas. Ele tem a posse e o direito de usar o que nela existir (�gua, flora, fauna e min�rios).
- Canibalismo ou antropofagia consiste no ato de comer a carne de seres da mesma esp�cie. O termo vem da l�ngua arawan, falada por uma tribo ind�gena da Am�rica do Sul. A pr�tica, conforme afirmam estudiosos e arque�logos, era comum em comunidades primitivas ao redor do mundo.
- Na �poca em que os portugueses chegaram ao Brasil, havia no pa�s diversas tribos de �ndios canibais. Entre elas estavam os tupinamb�, os potiguares, os caet�s, os aimor�s, os goitac�s e os tamoios. Eles devoravam seus inimigos por vingan�a e acreditavam que, comendo seu corpo, adquiriam seu poder.
- O ritual de “degusta��o” humana inclu�a um per�odo de engorda, em que a v�tima era bem tratada e alimentada. Antes de sua morte, ela recebia o privil�gio de passar uma noite de amor com uma das mulheres da tribo. Depois de morto, o corpo era dividido entre homens e mulheres.
- Relatos contam tamb�m que os tupis realizavam impressionantes cerim�nias antrop�fagas coletivas. Homens, mulheres e crian�as bebiam cauim e devoravam, animadamente, o inimigo assado em grelhas de varas. At� 2 mil �ndios celebravam o ritual comendo pequenos peda�os do corpo do prisioneiro.
- Os tamoios, por sua vez, tinham por costume permitir que o preso vingasse sua morte antes da execu��o. Ele recebia pedras para jogar contra os convidados, que vinham de longe para as festas. O carrasco colocava um manto de penas e matava a v�tima com um golpe de borduna na nuca.