DESERTIFICAÇÃO

A desertificação é caracterizada como o processo de degradação da terra nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultantes das atividades humanas ou de fatores naturais (variações climáticas). Esse conceito foi elaborado durante a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação.

Esse fenômeno afeta, aproximadamente, 60.000 quilômetros quadrados de terras por ano em diversas partes do planeta. As diversas atividades humanas, realizadas de forma insustentável, têm provocado drásticas reduções da vegetação e da capacidade produtiva do solo.

No Brasil, esse processo ocorre, majoritariamente, nas regiões Nordeste e Sul (porém, nessa última, o fenômeno é chamado de arenização, como veremos mais adiante). Ele atinge uma área total de 1,3 milhão de km², cerca de 15% do território, e envolve localidades já desertificadas e áreas com elevado risco e suscetibilidade.

Na região Sul, esse processo também é grave, porém, como ocorre em uma região de clima úmido, com precipitações anuais em torno de 1400mm, dá-se o nome de Arenização. Isso porque, sobretudo na região da campanha gaúcha, localizada no Rio Grande do Sul, os solos são extremamente arenosos, naturalmente pobres em nutrientes e com partículas com baixa coesão. Apesar dessas características desfavoráveis, esses solos foram muito utilizados por uma agricultura intensiva durante praticamente todo o século XX, o que contribuiu para ampliar as áreas improdutivas.

Entre as principais causas responsáveis pela desertificação estão:

- Desmatamento de áreas com vegetação nativa;
- Uso intenso do solo, tanto na agricultura quanto na pecuária;
- Práticas inadequadas de irrigação;
- Mineração.

As principais consequências da desertificação são:

- Eliminação da cobertura vegetal;
- Redução da biodiversidade;
- Salinização e alcalinização do solo;
- Intensificação do processo erosivo;
- Redução da disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos;
- Diminuição na fertilidade e produtividade do solo;
- Redução das terras agricultáveis;
- Redução da produção agrícola;
- Desenvolvimento de fluxos migratórios


É importante destacar que, em geral, as populações que mais sofrem – tanto direta quanto indiretamente – as consequências disso são as mais pobres, uma vez que não irão dispor de renda ou alimentos a baixo preço para satisfazer suas necessidades alimentares. Então, podemos avaliar que uma das consequências da desertificação dos solos é a redução das práticas agrícolas e da produção de alimentos.


No caso das populações que habitam a região Sul do Brasil, praticamente todas tiveram de se mudar para outras regiões do país em busca de melhores solos ou de condições de vida favoráveis nos grandes centros urbanos. Os produtores mais ricos se deslocaram, em maior parte, para a região do Centro-oeste brasileiro, contribuindo para a expansão da fronteira agrícola ao longo da segunda metade do século XX.


Já as populações nordestinas que, além do empobrecimento dos solos, sofrem com as rigorosas secas, também migraram em massa, só que para a região Sudeste, principalmente as zonas densamente urbanizadas, como São Paulo e Rio de Janeiro.


Fonte:
(mundoescola) Desertificação no brasil
(brasilescola) Desertificação