Política e História

Política e História

Após sofrer longo período de segregação, nação só ganhou uma bandeira multirracial em 1994


Ano da Copa celebra 16 anos de democracia

O fim do apartheid e a passagem à democracia começaram no governo De Klerk e culminaram nas eleições de 94, quando Nelson Mandela assumiu a presidência. Seu partido, o Congresso Nacional Africano detém o poder desde então, enfrentando dificuldades para reerguer o país principalmente na economia, segurança e saúde pública. Empossado em 2009, Jacob Zuma é quem preside o país.

Para calar o grito de igualdade

Localizada a sete quilômetros da costa da Cidade do Cabo, a Ilha Robben virou prisão de segurança máxima em 1961 para abrigar milhares de presos políticos que lutavam contra o apartheid. Lá, Nelson Mandela viveu por mais de duas décadas e só foi libertado em 1990. Hoje, a ilha virou museu, habitado por 150 funcionários. Visitantes do mundo inteiro pagam aproximadamente R$ 50 para conhecer o local que se tornou Patrimônio da Humanidade em 1999. Atualmente, a história deste arquipélago é contada por um ex-prisioneiro que virou guia turístico.

Pré-colonial

Os primeiros habitantes da região que hoje é conhecida por África do Sul eram da etnia San, basicamente caçadores, que posteriormente se misturaram aos povos Khoi-khoi, famosos agricultores, para formar o tronco da família Khoisan. Eles foram depois incorporados pelos povos Banto, que partiram da região que atualmente é conhecida como Camarões em direção ao sul do continente, em torno do século 10.

Desta mistura formaram-se os povos nativos que compõem a África do Sul, todos com idiomas de origem banto: zulu, xhosa, basotho, bapedi, venda, tswana, tsonga, swazi e ndebele.

Guerras e mais guerras

Ao se estabelecerem no nordeste, os bôeres encontraram a maior mina de ouro do mundo, perto da cidade de Johanesburgo, além de reservas de diamantes. A descoberta despertou a cobiça dos ingleses, que invadiram o território dos bôeres. A 1ª Guerra Anglo-Bôer foi vencida pelos africâneres, que no entanto perderam a 2ª e definitiva guerra, em 1902. Enquanto isso, nativos eram dominados pelos brancos com facilidade – menos os zulus (retratados na imagem ao lado), que sob o guerreiro shaka expandiram um império no início do século 19 e infringiram uma das maiores humilhações militares à Inglaterra, antes de serem derrotados definitivamente em 1879.

Colonização branca

O português Bartolomeu Dias foi o primeiro a passar pelo então temido Cabo das Tormentas, em 1487, que depois virou Cabo da Boa Esperança. Mas foram colonos holandeses, seguidos de alemães e franceses, que ocuparam o território a partir de 1652 e passaram a ser conhecidos como africâneres. Já em 1806, os ingleses entraram em guerra com a Batávia (Holanda) e tomaram o poder da região.


República da África do Sul

Em 1910, as províncias britânicas e africâneres se juntaram sob a bandeira da União Sul-Africana, estado parlamentar criado para que os brancos partilhassem o poder excluindo e excluíssem os negros. A União se desligou da Comunidade das Nações (Commonwealth) em 1961 e se tornou República da África do Sul, com uma bandeira que era homenagem à Holanda, terra de origem dos africâneres, e que só mudou na reforma de 1994, num conceito mais “multirracial”.


Início da segregação

Durante a 2ª Guerra Mundial, o governo de coalizão tinha em seus quadros uma maioria de origem inglesa, que decidiu entrar no conflito ao lado do Reino Unido – fato que os africâneres se opuseram diametralmente. Daí partiu o racha entre os dois grupos, que levou a vitória do Partido Nacional em 1948 e colocou os africâneres no poder. A segregação racial, já existente na vida cotidiana, começava a ser sistematizada por meio de leis. Era o início da era do apartheid.