Depois de anos de hegemonia americana, a China alcançou o segundo lugar na lista semestral dos Top500 (top500.org), que elenca os supercomputadores mais potentes do planeta. A lista apresentada na Conferência Internacional de Supercomputação 2010 mostra que o sistema chinês Nebulae já ocupava o segundo lugar. O primeiro lugar continuava (até o aparecimento do Tianhe-1A, atual campeão) com o Jaguar da ORNL, nos Estados Unidos.
Mais tarde, em outubro de 2010, a China anunciou a poderosa máquina Tianhe-1A, que conseguiu ultrapassar seu concorrente imediato, o americano Jaguar (que pulou para segundo e deixou o Nebulae em terceiro). O Tianhe-1A possui 7.168 unidades de processamento gráfico da NVIDIA, de modelo Tesla M2050 e 14.336 processadores Intel Xeon. Ainda não foi desta vez que a China conseguiu produzir um supercomputador com chips nacionais, mas a combinação Intel + NVIDIA do dragão chinês foi capaz de desenvolver um desempenho de cerca de 2,51 petaflops.
Fisicamente, o Tianhe-1A é um monstro de computação. Ele tem 262 terabytes de memória e está alocado em 140 gabinetes do tamanho de geladeiras e ocupa um andar inteiro. O Jaguar, na verdade um Cray XT-5, está localizado no Laboratório Nacional Oak Ridge, no Tennessee, e fica “lá atrás”, com um desempenho de “apenas” 1,75 petaflops, já que tem “somente” 37.376 processadores Opteron, da AMD.
A posição ocupada pelo sistema Nebulae já mostrava a clara iniciativa da China de entrar para o grupo de países possuidores de supercomputadores, afirmou o site da organização do Top500 na época. O Nebulae está localizado no Centro Nacional de Supercomputação, em Shenzhen e é baseado na plataforma Dawning TC3600 Blade, com processadores Intel X5650 e GPU (Graphics Processing Unit) NVidia Tesla C2050. Como se pode ver, nenhum dos três está para brincadeiras.
O Roadrunner, produzido pelo laboratório de Berkeley em parceria com a IBM e a NASA, foi o primeiro computador a quebrar (em 2008) a barreira do petaflop. Apesar de já meio “velhinho”, o Roadrunner é um importante componente para a pesquisa norte-americana e chegou a simular um modelo completo do universo em 2009. Na época em que o Roadrunner foi apresentado, o chefe da Direção Nacional de Segurança Nuclear disse que se as mais de 6 bilhões de pessoas em todo o planeta usassem máquinas de calcular e fizessem cálculos durante 24 horas por sete dias de uma semana, levariam 46 anos para fazer o que o supercomputador Road runner pode fazer em um dia.