Não é apenas um artifício dos filmes de ficção científica para prender a atenção do público: os buracos negros realmente existem. Embora ainda se saiba pouco sobre o assunto, a existência deles tem comprovação científica.
Segundo Basílio Xavier Santiago, professor do Departamento de Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, "um buraco negro é um objeto extremamente compacto que gera um campo gravitacional tão forte à sua volta que nem a luz escapa dele". O termo "buraco" não tem o significado comum, mas faz referência ao fato de que os eventos que acontecem no seu interior não podem ser observados do exterior.
Para melhor explicar o conceito de "buraco negro", o professor Basílio compara a gravidade de um buraco negro com a da Terra. "Para vencer a gravidade da Terra, um objeto precisa ser lançado a uma velocidade de 11, 2 km/s desde a superfície do nosso planeta. Essa é a chamada velocidade de escape. Objetos lançados da superfície com velocidades menores do que a de escape irão atingir uma altura máxima e voltar a cair em direção à Terra".
Já um buraco negro é um corpo "que tem como velocidade de escape a velocidade da luz, que é de 300 mil km/s. Como nada viaja a uma velocidade maior do que a da luz, concluímos que nada escapa da 'superfície' de um buraco negro, a que chamamos de 'horizonte de eventos'", diz o professor. Assim, qualquer objeto que ingresse no "horizonte de eventos" de um buraco negro não consegue mais retornar.
Os buracos negros formam-se no final da evolução de estrelas de massa muito maior que o Sol e podem apresentar dimensões maiores quando se originam no centro de galáxias, como resultado da sua evolução, esclarece o professor Basílio Xavier Santiago. Como não emitem radiação, é impossível visualizar os buracos negros. A detecção destes eventos acontece pela percepção dos movimentos que provocam nos corpos ao seu redor, graças à força gravitacional que possuem.